Um país que anda constantemente numa rotunda e que tarda em perceber qual a direcção que deve tomar para dela sair.

terça-feira, 2 de junho de 2009

"Guerra" na Ordem dos Advogados



Ontem à noite, apanhei a meio o programa "Prós e Contras", na RTP1. Em debate a grande crispação que se tem visto nos últimos tempos na praça pública, com pedidos de demissão à mistura, entre vários Advogados e o Bastonário da Ordem, António Marinho Pinto.

Confesso que me fez confusão ver os ataques constantes e directos ao Bastonário, em estilo muito agressivo, feitos durante o debate, nomeadamente pelos Presidentes dos Conselhos Distritais de Lisboa (Carlos Pinto de Abreu, conhecido por defender o casal McCann, e que pediu recentemente a demissão do Bastonário: ver aqui http://hortadozorate.blogspot.com/2009/05/carlos-pinto-de-abreu-pede-demissao-do.html) e de Faro (António Cabrita, que já em Novembro do ano passado dizia que o Bastonário "não lhe merecia crédito nenhum", http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=90040). O Bastonário tentou, a meu ver, esclarecer, tocando os pontos essenciais da sua acção e do seu programa, mas em muitas alturas do debate mais não podia fazer do que se defender dos ataques de que era alvo, mostrando vários artigos de jornais com acusações desde que tomou posse em Janeiro de 2008. Pareceu-me claramente que a razão da constestação ao Bastonário, prende-se com o facto dele estar a mexer com muitos interesses instalados, ou seja, são claramente pessoais. Marinho Pinto é persona non grata.

Se, como sabemos, a Justiça tem os problemas graves que tem, como é possível que esta classe fundamental na Justiça, esteja neste clima de guerrilha?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Os romanos tinham razão


Começamos a entrar na recta final para as eleições legislativas. Sócrates à frente destacado em todas as sondagens, não pára de polvilhar o povo com medidas populistas. Exemplo evidente, foi a mais recente medida de diminuição das deduções aplicáveis aos ricos (!?!).

Manuela Ferreira Leite, que nada aproveitou do caso "Freeport", nem tão pouco da crise desde há muito instalada em Portugal, nem ainda das várias participações brilhantes de Paulo Rangel no parlamento, continua a falar tranquilamente a verdade e ... a descer nas sondagens.

É assim, Portugal é um país que gosta de líderes. Não interessam as características da liderança, importa a liderança, importa a capacidade de se mostrar forte, impermeável à emoção e de preferência com um sorriso de manha nos lábios. Em sondagens recentes, muito pouco divulgadas, os portugueses davam nota máxima em liderança a José Sócrates, sendo que em contrapartida consideravam Manuela Ferreira Leite uma pessoa muito mais séria e honesta e mais fiável se tivessem que confiar as suas poupanças a um dos dois.

São os mesmos portugueses que confiam a liderança das suas câmaras municipais a Avelinos, Valentins e Felgueiras, porque representam força, falam sem hesitar (mesmo quando a pergunta exige hesitação), fixam os olhos nas câmaras de tv em jeito de desafio. Mas por outro lado, e os portugueses sabem-no, representam a maior escória ao nível ético e moral (e, nalguns casos, mesmo legal).

Cada um tem aquilo que merece (ou, por outras palavras: "são um povo que não se deixa governar").
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Sabem quem se está agora a rir disto tudo?


Veja-se a diferença de quem se está a rir, que do país nada tirou e ao país tudo deu.
Vejam o que se está a passar e digam de Vossa justiça.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Ainda as declarações do Cardeal José Policarpo

Como é habitual, José Pacheco Pereira transmite ainda com mais clareza:

"Mas o problema da mulher no Islão existe ou não? Ou em nome do multiculturalismo e do esquerdismo corrente aceita-se um tratamento da mulher que seria inaceitável por qualquer pessoa que saiba o que são direitos humanos e igualdade entre sexos?
Para além de começar a ser perigosa a mentalidade policial, censurial e persecutória que hoje se faz na imprensa e nos meios políticos contra tudo o que não pareça acomodar-se a um cânone de boas maneiras politicamente correctas, criando-se um ecrã que torna impossível sequer nomear muitos problemas realmente existentes."
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domingo, 18 de janeiro de 2009

Intolerância


A incompreensão e ira com que grande parte da opinião pública brindou as declarações do Cardeal José Policarpo revela bem a intolerância e ignorância que reina na sociedade portuguesa. Não estando nós habituados a este tipo de frontalidade de "politicamente incorrecto", as palavras de José Policarpo limitaram-se a revelar o óbvio: em geral, as mulheres que vivem em países islâmicos têm menos direitos que nos países católicos. Não é preciso invocar textos do Corão, como a Sura número 4, em que o marido pode agredir a mulher, no caso de deslealdade desta, basta ouvir os inúmeros relatos do dia-a-dia de mulheres que vivem no Afeganistão, Paquistão, Irão, etc.

Se tal não fosse ainda suficiente, estaria aí para o provar o único "argumento" de combate dos cães raivosos, ou seja, os casos de maus tratos infligidos a mulheres na sociedade portuguesa. What's the link?

Haja paciência!

PS - não sou católico.