Um país que anda constantemente numa rotunda e que tarda em perceber qual a direcção que deve tomar para dela sair.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Da Série: História

No dia 14 de Maio de 1948 foi criado o Estado de Israel sob a égide das Nações Unidas.

O plano de partição das Nações Unidas compreendia a divisão do território em dois Estados, um judeu (Israel) e outro árabe (Palestina), sendo que os judeus recebiam 57% do território, enquanto os árabes ficavam com 43%. Os palestinianos, bem como os Países da Liga Árabe (Egipto, Síria, Líbano e Jordânia) recusaram de imediato o plano proposto pelas Nações Unidas, com o fundamento de que os judeus representavam apenas 32% de população total residente no território.

Para além das razões histórico-religiosas inerentes à "instalação" do estado judaico naquele território (criação do estado de Israel por David há mais de 3000 anos em Jerusalém – a "Terra Santa"), existem igualmente razões políticas.

A Palestina, como se designa o território em conflito, foi dominado durante séculos por variadíssimas civilizações, desde os Persas, aos Gregos, aos Romanos e aos Otomanos. No final da 1ª Guerra Mundial, e na sequência da derrota turca, o território passou para domínio inglês, tendo a Inglaterra se comprometido gradualmente a “facilitar” a criação de um estado judaico naquele território.

A imigração e o retorno dos judeus espalhados pelo mundo a Jerusalém foi uma realidade e após a 2ª Guerra Mundial os países aliados reconheceram a legitimidade ao movimento sionista para fundar o estado de Israel, sempre com a participação activa da recém-criada ONU.

Após a proclamação do Estado de Israel, e do quase simultâneo reconhecimento do mesmo (minutos depois) pelos EUA, os exércitos árabes (Egipto, Iraque, Líbano e Síria) juntaram forças para iniciar um forte ataque a Israel. Subitamente, tinha sido criado num ponto nevrálgico do Médio Oriente um país não árabe, com diferente cultura, diferente religião e democrático. No final desta primeira guerra, Israel tinha conquistado 85% do total do território palestiniano.
De lá para cá as guerras foram-se e vão-se sucedendo (a Guerra do Suez em 1956, a Guerra dos Seis Dias em 1967, a Guerra do Yom Kipur de 1973 e as duas últimas guerras com o Líbano de 1982 e 2006).
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sábado, 6 de dezembro de 2008

O que é o Bloco de Esquerda ?


Nunca o Bloco de Esquerda esteve tão perto do poder. É verdade que Sá Fernandes se candidatou como independente, mas era um independente com o apoio claro do Bloco de Esquerda e cuja acção política esteve desde o início concertada entre ambos. Os vários episódios que culminaram na recente decisão da direcção do Bloco de Esquerda em retirar o apoio a Sá Fernandes na Câmara Municipal de Lisboa e o assumir da ruptura com o “seu” vereador é a prova de que o Bloco de Esquerda não existe para criar, governar, construir. A razão da sua existência é a inversa, é utilizar a demagogia, é polemizar, é destruir. O Bloco de Esquerda é o partido que luta pela despenalização do aborto, pelo casamento dos homossexuais, mas não mais do que isso. Na verdade, podia ser uma mera associação civil que de tempos a tempos renascia na opinião pública consoante os ciclos de vida de causas mais ou menos marginais da nossa sociedade, dos nossos costumes.

Sendo naturalmente insuspeito no elogio, não deixa de ser digno de registo a seriedade com que o seu rival PCP encara os desafios políticos. Com um histórico de governos de alianças na Câmara Municipal de Lisboa as relações políticas quando estabelecidas pelo PCP são para levar até ao fim. É verdade que nem sempre são possíveis, os acordos com o PCP são uma verdadeira batalha, desde logo porque as ideias do PCP são difíceis de enquadrar na realidade de hoje, mas chegado a um acordo político, este é para levar até ao fim. É possível confiar e só isso representa uma grande diferença face ao Bloco de Esquerda.