Um país que anda constantemente numa rotunda e que tarda em perceber qual a direcção que deve tomar para dela sair.

sábado, 27 de setembro de 2008

Haruki Murakami


Os livros de Haruki Murakami são uma verdadeira dependência. Este japonês, de quem já li "Em busca do Carneiro Selvagem", "Dança, Dança, Dança", "Kafka à beira-mar" e estou a ler "Crónica do Pássaro Selvagem" (que os críticos dizem ser a sua obra-prima) consegue algo de único, e quase disparatado, que é o de tratar de temas tão importantes, como a solidão, os valores (ou a falta deles) da sociedade actual, conflitos interiores, através de histórias em que entram carneiros que falam, velhos que falam com gatos ou prostitutas que citam Hegel. E o melhor de tudo é que as suas histórias são tudo menos ficção, os seus livros respiram vida.

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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Da série: História


Durante o verão de 1943, Portugal cedeu várias bases nos Açores ("Operação Lifebelt") aos norte-americanos e ingleses. Após esta cedência, Salazar pediu aos aliados o não envio de tropas militares para as bases, de modo a que Portugal mantivesse a sua "posição neutral" durante a 2ª Guerra Mundial perante os germânicos (seria quase uma "mera cedência logística").
Após grande insistência de Roosevelt no envio de tropas, pois receava um forte ataque alemão às bases nos Açores, Churchill intercedeu junto do líder norte-americano para que tal envio de tropas não fosse efectuado.
É bom lembrar, neste contexto, que Portugal durante a 2ª Guerra Mundial foi fornecedor regular de volfrâmio à Alemanha de Hitler. Este facto permitia não só Portugal jogar nos dois tabuleiros da 2ª Guerra Mundial em simultâneo, como também que Churchill não tivesse receios de retaliações alemãs às bases nos Açores.
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sábado, 13 de setembro de 2008

Cooperação Estratégica em risco


Uma das grandes almofadas deste governo tem sido a tão propalada cooperação estratégica. Quem se recorda dos tempos de Cavaco Silva como primeiro ministro, não pode deixar de valorizar (como factor de estabilidade) a relação que este agora mantém com José Sócrates (o que diga-se, muito provavelmente não ocorreria, se Mário Soares tem sido eleito presidente, mas adiante ...).


Depois da forma leve e, no mínimo, pouco institucional com que o PS (sim, não é o governo, mas é o partido do governo) respondeu ao presidente da república após o veto à lei do divórcio, o líder dos socialistas açorianos (Carlos César) reagiu ao veto ao estatuto dos Açores ("o PS sabe muito bem o que fazer"), vem agora o dead man walking Rui Pereira afirmar que "Em relação aos efectivos que devem vir de funções administrativas para funções operacionais, quero dizer, com toda a clareza, que houve um atraso, que se deveu ao atraso da aprovação da Lei Orgânica da GNR".


Em relação a este último caso, julgo que a imediata intervenção do ministro da presidência (Silva Pereira), , diz tudo: "Se há responsabilidade (quanto ao atraso na aprovação da referida lei) é do Governo, de mais ninguém". Já agora é importante relembrar a data do anúncio feito por José Sócrates no parlamento quanto ao aumento de 4.800 operacionais. Apostas? No início deste ano? Há um ano, em Setembro do ano passado? Não, foi no dia 27 de FEVEREIRO DE 2007.


Quanto ao tom utilizado pelo PS no caso dos vetos à lei do divórcio e ao estatuto dos Açores, o governo e o PS têm de perceber Cavaco Silva. Este é parco nas suas intervenções, escolhe minunciosamente todos os passos que dá. Após o envio do veto (bem fundamentado nos dois casos) o PS não pode reagir numa base trauliteiro-parlamentar com o presidente da república.


Isto para o seu próprio bem ...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Diz que é uma espécie de partido



Confesso que demorei algum tempo a acreditar que PP pudesse significar Paulo Portas. No entanto, à medida que vemos o que se passa com o CDS - do qual destaco o recente caso Nobre Guedes - mais me convenço que tal é verdade.

O CDS cada vez é menos importante e o PP assume cada vez mais protagonismo. Temo que as próximas eleições, passe a ser o partido do triciclo em vez do táxi.

É uma espécie de partido unipessoal.

domingo, 7 de setembro de 2008

Diz que é uma espécie de eleições



Deixo as declarações de João Soares que me parecem elucidativas quanto à democracia e eleições angolanas:

" Cronometrei no meu relógio o noticiário da Televisão Popular de Angola de quarta-feira à noite: 20 minutos do comício com José Eduardo dos Santos, três minutos com Fátima Roque (ex-membro da direcção da UNITA) a dizer que MPLA era o partido do seu coração e três peças com alegados dissidentes da UNITA apelando ao voto no MPLA".


Como diria Sócrates: "Um trabalho notável".